PROJETO PARA FOLHAS(1)
Autores:
1. Maria Izilda Marques
2. Rosângela Menta Mello
3. Silvana Cristina de Lima Hala
NRE: Telêmaco Borba
Disciplina: Filosofia - Curso Normal – Ensino Médio
Disciplina da relação interdisciplinar: Sociologia (Teorias sociológicas e cultura)
Disciplina da relação interdisciplinar: História (Desenvolvimento tecnológico e sua influencia nos hábitos e atitudes do ser humano)
TEMA CENTRAL: Ética profissional
CONTEÚDO ESPECÍFICO: Liberdade de expressão
No convívio escolar nos deparamos com várias situações, entre elas, as diferentes posturas pessoais assumidas, tanto por professores como por alunos no cotidiano escolar. Observa-se a expressão da diversidade de idéias e modos de viver em sites, como o orkut, nos blogs pessoais e nas pixações nas paredes. (2)
Os reflexos dessa relação de “amor e ódio” estão cada vez mais presentes na rede. As comunidades de alunos que odeiam seus professores se multiplicam no Orkut. Algumas delas chegam a ter mais de 8 mil membros, como é o caso da comunidade “Eu odeio professor frustrado”
A relação entre professor-aluno é algo muito discutido, seja do ponto de vista filosófico como do ponto de vista empírico, mas que partido tomar?
FONTE: www.orkut.com
Observe na imagem acima que existem 116 comunidades brasileiras com o tema “odeio aluno” e mais de 1000 comunidades com o tema “odeio professor” no Orkut (comunidade de relacionamentos da internet). Diante deste quadro, o que faz as pessoas pensarem tão diferentes, terem reações inusitadas diante do processo educacional. Que postura você considera a mais adequada? Concorda com a possibilidade das pessoas postarem suas idéias na internet? Você denunciaria um professor ou um aluno?
No pensamento aristotélico, a excelência do caráter, que define a disposição de agir, é produzida pelo hábito: tal como se aprende a tocar piano. Do mesmo modo, o homem se torna justo pela prática constante de atos justos. (BARROS, s.d., p. 20)
Em grupos de até quatro alunos, discuta com seus colegas, com base na sua vivência do cotidiano escolar, seja como estudante ou como estagiário na Prática de Ensino, o que tem observado em relação as posturas pedagógicas dos professores, seus comportamentos e os dos alunos, colegas de classe, fazendo um contraponto com o pensamentos aristotélico, citado acima. Anote as conclusões do grupo para serem apresentadas, logo a seguir na discussão circular.
Vamos nos organizar em forma de círculo, para apresentar as discussões dos grupos. Procure anotar em seu caderno os principais questionamentos abordados. Diante do que foi apresentado, com que base teórica podemos afirmar que este ou aquele comportamento, atitude, postura pedagógica é a mais correta? Quem está certo? Podemos tormar partido em uma discussão entre alunos e professor? Temos o direito de invadir a privacidade das pessoas? Somos livres até que ponto para expressar nossas idéias e sentimentos? Quais os filósofos que discutem estes temas?
SUGESTÃO DE LEITURA:
1. A ética de Aristóteles e a educação (3)
2. Ética para meu filho – Fernando Savater (4)
3. A segunda grande idéia de Kerkegaard: os três estágios da vida (5)
4. A consequência ética da negação do inconsciente em sartre (6)
(Apresentar uma linha filosófica norteadora das discussões)
Vamos pesquisar sobre as questões apresentadas, utilizando um blogquest? Este endereço http://www.ufrgs.br/tramse/blogquests/2004/11/inditos.htm orienta a criação deste recurso. Seria interessante que os alunos ao pesquisarem sobre os temas propostos, fossem postando suas reflexões no blogquest.
Ética é uma palavra de origem grega (ethos) que significa comportamento do ser, caráter, e que trata da moral relacionada ao núcleo da liberdade pessoal do homem, uma vez que reflete em sua relação com a sociedade. (GALLI, 2006, p. 49).
Segundo MARITAIN apud GALLI, 2006, p. 49 somos responsáveis pelas normas estabelecidas na comunidade escolar, uma vez que contribuímos na construção do Projeto Político Pedagógico da Escola, no regimento escolar e até mesmo nos padrões morais comuns ao nosso cotidiano.
Será que está claro estes valores para quem convive na comunidade escolar? Porquê ocorre tanta indisciplina, tanto por parte de alunos como de professores? Até que ponto podemos agir de acordo com nossos valores pessoais e atitudinais? Como é possível utilizar a liberdade de expressão, sem ferir nossos companheiros de jornada? Existe uma relação entre estas posturas e as classes sociais e culturas pessoais?
Diferentes formações sociais e culturais instituíram conjuntos de valores éticos como padrões de conduta, de relações intersubjetivas e interpessoais, de comportamentos sociais que pudessem garantir a integridade física e psíquica de seus membros e a conservação do grupo social (CHAUÍ, 2002, p. 336.)
Pense e reflita: Qual a nossa responsabilidade ética diante da denúncia? Quais as conseqüências destes atos? Qual a base filosófica do nosso modo de agir? Como podemos garantir a liberdade de expressão em nosso meio?
REFERÊNCIAS:
BARROS, Alberto Ribeiro G. de. Ética e política: nada a ver? In: DISCUTINDO FILOSOFIA. Ano I, n. 1, São Paulo: Escala Editorial, s.d., p. 20-25.
BERGMAN, Gregory. Filosofia de banheiro. São Paulo: Madras, 2004. p. 103-107.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2002. p. 334-356.
GALLI, Marcelo. Encruzilhada ética. In: CIÊNCIA & VIDA: FILOSOFIA. Porto Alegre: Ed. Escala, 2006. ano I, p. 44-51.
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1 Texto escrito durante o encontro do DEB, em Telêmaco Borba, nos dias 28 e 29/08/2007, sob a orientação do Prof. Wilson José Vieira do Departamento de Filosofia da SEED/PR, como sugestão de planejamento para futura produção de folhas.
2 AGUIR, Inácio. Eu odeio o meu professor. Disponível em http://verdesmares.globo.com/v3/canais/noticias.asp?codigo=156649&modulo=840 acessado em 29/08/2007 às 18h.
3 BOTO, Carlota. A ética de Aristóteles e a educação. Disponível em http://www.hottopos.com/videtur16/carlota.htm acessado em 29/08/2007 as 18h30min.
4 E um livro que pretende discutir ética com os jovens. O autor parece dialogar com seu filho adolescente ao longo do texto, evitando ao máximo o tom didático-escolar. Ele próprio afirma que sua obra não é um manual de ética para alunos do ensino médio, mas um livro provocador de reflexões muito adequado a esses alunos. Fernando Savater discute o que é ética e a relatividade daquilo que consideramos “bom” ou “mau”. Ele mostra como ordens, costumes e caprichos nos tiram a liberdade e como devemos nos esforçar para descobrir e fazer o que realmente queremos, o que nos deixa feliz e o que nos faz sermos humanos, no sentido mais ético do termo. Para enriquecer ainda mais essa obra, há no final de cada capítulo citações de filósofos famosos relacionadas aos temas discutidos.
5 PIGATTO, Lisete Maria Massulini. Ensaio sobre a educação ética ou estética na escola. Disponível em
http://www.educacionenvalores.org/article.php3?id_article=1438 acessado em 29/98/2007 às 22h.
GALVÃO, Roberto Carlos Simões. A consequência ética da negação do inconsciente em sartre. Disponível em http://www.datavenia.net/artigos/aconsequenciaeticadanegacaodoincoscieneemsartre.html acessado em 29/08/2007 às 12h30min.
